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27 dezembro, 2008

Fernando Pessoa-120 anos

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Ricardo Reis
Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888. Filho de Maria Madalena Pinheiro Nogueira e de Joaquim de Seabra Pessoa.
Ficou conhecido como grande precursor do modernismo em Portugal. Expressando-se tanto com o seu próprio nome, como através dos seus heterónimos. Entre estes ficaram famosos: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. As suas participações literárias surgiram em inúmeras publicações: Athena, Presença, Orpheu, Portugal Futurista, A Águia…
Teve uma paixão assumida por Ophélia Queirós, a quem escreveu as célebres Cartas de Amor, talvez a única a conhecer-lhe o lado menos introspectivo e melancólico.
O seu percurso intelectual dificilmente se descreve em poucas linhas. É sobretudo o relato de uma grande viagem de descoberta, à procura de algo divino mas sempre desconhecido. Essa procura efectuou-a Pessoa com recurso a todas as armas - metafísicas, religiosas, racionalistas - mas sem ter chegado a uma conclusão definitiva, enfim exclamando que todos os caminhos são verdadeiros e que o que é preciso é navegar (no mundo das ideias).
Os últimos anos são vividos em angústia. Os seus projectos intelectuais não se realizam plenamente, nem sequer parcialmente.
Fernando Pessoa morre a 30 de Novembro de 1935, de uma grave crise hepática induzida por anos de consumo de álcool, no hospital de S. Luís. Uma pequena procissão funerária levou o corpo a enterrar no Cemitério dos Prazeres. Em 1988, por ocasião do centenário do seu nascimento, os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos em Belém. Em vida apenas publicou um livro em Português: o poema épico Mensagem, deixando um vasto espólio que ainda hoje não foi completamente analisado.
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas, a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.
Alberto Caeiro
fonte: http://omj.no.sapo.pt/bio1.htm (adaptado)

11 dezembro, 2008

Ensaio Sobre a Cegueira


Ensaio Sobre a Cegueira Abre Festival de Cannes

07 dezembro, 2008

Morreu o Escritor Alçada Baptista

07.12.2008 - 17h45 PÚBLICO, (com Lusa)
O escritor e jornalista António Alçada Baptista morreu esta tarde, em Lisboa, aos 81 anos. O "escritor de afectos", "com uma sensibilidade feminina", como um dia disse de si próprio, deixa uma vasta obra na área da ficção e ensaio e uma imagem de defensor da liberdade e dos direitos do homem, como frisaram hoje a escritora Inês Pedrosa ou o deputado socialista Manuel Alegre.
Nasceu em 1927 na Covilhã. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, Alçada Baptista, que apenas exerceu advocacia entre 1950 e 1957, tem uma vasta obra literária publicada. Esteve também ligado ao jornalismo e à edição. Foi ainda cronista.
Admitindo ter “uma sensibilidade feminina”, Alçada Baptista enquadrava-se, segundo o próprio, entre os raros escritores que não tinham “vergonha dos afectos”: "A minha obra escrita vende-se muito por uma razão simples, porque eu sou talvez o primeiro escritor que não teve vergonha dos afectos", disse um dia o escritor sobre a sua obra - ao todo 14 títulos - que percorreu o ensaio, crónica, novela e o romance.
"A Pesca à Linha - Algumas Memórias", obra assumidamente de memórias e recordações, revelou o profundo sentido afectivo que caracteriza a escrita de Alçada Baptista, enquanto em "Um Olhar à Nossa Volta" deixou o testemunho de uma vivência colectiva registada na década de 70 e 80 marcada por inquietações político-sociais.
Mas foi com "Peregrinação Interior - Reflexões sobre Deus" (1971) e "Peregrinação Interior II - O Anjo da Esperança" (1982) que obteve a unanimidade da crítica e do público. Tem uma escrita influenciada pelo cristianismo e por pensadores como Emmanuel Mounier e Teillard de Chardin.
Da sua obra constam ainda "Documentos Políticos" (crónicas e ensaios, 1970), "O Tempo das Palavras" (1973), "Conversas com Marcello Caetano" (1973), "Os Nós e os Laços" (romance, 1985), "Catarina ou o Sabor da Maçã" (novela, 1988), "Tia Suzana, meu Amor" (romance, 1989) e "O Riso de Deus" (romance, 1994).
Em 1961 e 1969 foi candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional e, de 1971 a 1974, foi assessor para a Cultura do então ministro da Educação Nacional, Veiga Simão.
Funcionário da Secretaria de Estado da Cultura desde 1978, presidiu aos trabalhos da criação do Instituto Português do Livro, a que presidiu até 1986.
Foi ainda um dos fundadores da revista “O tempo e o Modo”, que marcou gerações. Era ainda editor da Moraes Editora.
O escritor foi condecorado com a Ordem de Santiago, com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo pelo Presidente Ramalho Eanes, em 1983 e com a Grã Cruz da Ordem do Infante pelo Presidente Mário Soares, de quem foi colaborador, em 1995.
Sócio da Academia Brasileira de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, foi também presidente da Comissão de Avaliação do Mérito Cultural e administrador da Fundação Oriente.
Inês Pedrosa lembrou, em declarações à TSF, o “homem de causas”: “Foi um homem de causas, dos direitos do homem e da democracia. Mas temo que seja esquecido enquanto escritor para ser lembrado enquanto pessoa”.
O deputado e poeta Manuel Alegre lamentou também a morte do escritor e amigo António Alçada Baptista, de 81 anos, e descreveu-o como uma "figura marcante da cultura portuguesa".
Em declarações à Agência Lusa, Manuel Alegre sublinhou ainda o papel político do ensaísta e romancista nascido na Covilhã, em 1927, "na luta pela democracia em Portugal".
"Era uma figura multifacetada, com uma cultura vastíssima, e um homem muito afectuoso nas suas relações, com os amigos e a família", recordou o poeta.
Lembrou ainda "o papel importante" no estreitamento das relações de Portugal com o Brasil, e com os países africanos de língua oficial portuguesa.